segunda-feira, 29 de outubro de 2012

"Um Mar de aventuras para viver na Biblioteca Escolar" - Entrega de Prémios

Foram entregues, dia 23 de outubro, pelas 18 horas, os prémios relativos à participação de alunos na atividade desenvolvida pela Biblioteca Escolar "UM MAR DE AVENTURAS PARA VIVER NA BIBLIOTECA ESCOLAR".
Foram muitos os participantes;  dada a grande qualidade e diversidade de trabalhos apresentados foram selecionados sete e não cinco como estava inicialmente previsto. Os alunos premiados foram os seguintes:
- Sara Esteves, 7ºF
- Maria Madalena Catita, 8ºA
- Carolina Narciso, 8ºA
- Margarida Campanela, 8ºB
- Mariana Constantino, 8ºC
- Ana Pirata, 8ºC
- Ana Beatriz e Cláudia Antunes, 10ºC

Depois de termos publicado a história escrita pela aluna do 8ºB, publicamos, hoje, o texto feito pelas alunas do 10ºC, também premiado.


Naquela Biblioteca Escolar a noite transformara-se numa autêntica magia.

Parece estranho estarmos a contar a história desta maneira, mas a verdade é que nem sequer existe bem uma forma para começarmos a narrar este fenómeno.
Numa bela tarde, eu e a Beatriz decidimos ir à biblioteca que se situava mesmo ao pé de nossa casa; na verdade, não tínhamos planos e também quem não gosta de ler um livro e imaginar-se noutra vida, dentro duma história que não é a sua? Pois… realmente a Bea não gosta, mas com muito esforço consegui convencê-la, pode ser até que seja desta que um livro a consiga conquistar... Pensávamos nós que era apenas uma tarde, mas afinal era “aquela tarde”, pois tudo mudou a partir daquele dia.

Quando estávamos sentadas naquele espaço bastante silencioso e aconchegado (pelo menos para mim… de certeza que ela preferia estar a comer um gelado cheio de chocolate e a babar-se em calorias), eis que chega um senhor de idade, com cerca de 70 anos, um aspeto bastante sisudo, barba branca que tomava conta da sua cara, grandes olhos azuis que pareciam mesmo o fundo do oceano, um bocadinho gordinho, mas o seu charme era encantador! Logo se aprontou, sentando-se ao nosso lado sem sequer pedir licença ou dar uma justificação. Naquele momento, parecia que o mundo tinha parado, olhávamos à nossa volta e as pessoas estavam estáticas, não havia movimento. Que coisa mais estranha, pensámos nós! Como é que isto foi acontecer? O que fez aquele homem de tão extraordinário? Dávamos voltas à cabeça e nada nos ocorria, até que um barulho longínquo e suave começou a invadir o nosso espaço, o som propagava-se do outro lado da Biblioteca.
Curiosas, embora com algum receio, aproximámo-nos devagar; ninguém notou a nossa presença e não é que estávamos no local certo à hora certa? Os livros estavam a ganhar vida, era como se fosse surreal, aquele espaço estava completamente cheio de pequenas histórias a circular de um lado para o outro, até tinham uma musiquinha para os animar.
- Isto é normal? O que se passa aqui? WOW – dissemos as duas ao mesmo tempo.
Depois de darmos uma volta completa à sala onde nos encontrávamos, completamente espantadas e assustadas, fomos em direção à porta, onde vimos “Obélix”, sim, esse mesmo, aquela rapazote bem gorducho, tranças ruivas, com um grande bigode, acompanhado pelo seu cão “Ideafix”. Se nós tínhamos pensado que nada de mais estranho poderia acontecer, estávamos completamente enganadas!
Passado algum tempo, começámos então a encarar o que estávamos a ver; olhamos para aquilo que estava a acontecer doutra maneira e aí reparamos que o que víamos era algo incomparável e inimaginável.
Interagimos então com várias personagens de diversos livros, parecia que estávamos a viver o filme “À noite no museu” mas em versão “ À noite numa biblioteca”; foi talvez a melhor tarde/noite da nossa vida, incrivelmente extraordinária e tinha-nos acontecido a nós! Que privilégio, que coisa mais admirável!
Não podíamos ir embora sem fazer uma procura imensa e ir conhecer a Joana, sim, ela mesmo, já sabem de quem é que estamos a falar?
Alguma vez leram o livro “A Lua de Joana”? E agora, já estão a fazer ideia?
Queríamos tanto ir conhecê-la, conversar com ela, partilharmos histórias de vida… Aí sim, esta experiência seria a mais completa e autêntica loucura.
Depois de longas horas a sondar o espaço, o nosso sonho tornou-se realidade, pois encontrámo-la, aquela menina que pensávamos que nunca iríamos observar; que sensação tão fenomenal! Não havia sequer palavras para descrever. Aproximamo-nos e aprontamo-nos logo a falar com ela... Era linda, tinha um cabelo forte e loiro, olhos verdes azulados, estatura normal, nem muito alta, nem muito baixa, era uma autêntica princesa. Não sabíamos bem como a abordar, sentíamos algum receio, aliás talvez receio nem fosse a palavra certa, mas sim excitação, ansiedade, um misto de emoções.
-Olá – disse eu, baixo.
- Calma, podem chegar-se ao pé de mim, sei que a incerteza está a apoderar-se de vocês, não estão viver uma situação real. Amanhã, quando acordarem poderão até pensar que não passou de um sonho, mas agora aproveitem. Ah, e já agora, sou a Joana.
- Ela é tão simpática, tão natural! - pensei eu.
- Joana, eu sou a Beatriz e esta é a Cláudia. Ela admira-te imenso e gostaria de te fazer algumas perguntas – adiantou a Bea, perante a minha enorme estupefação.
Naquele momento, nem sequer conseguia falar. Como é que ia questionar alguma coisa? “Calma Cláudia, tu és capaz”, disse isto cem vezes na minha cabeça, talvez mais até conseguir soltar a minha primeira frase.
- Joana, conta-me. Conta-me como é que foi? Como conseguiste superar todos os teus obstáculos? Como é estar sem uma pessoa que era como uma irmã? – Perguntei num tom nervoso.
- Como disseste e muito bem, a vida é feita de barreiras, só nos cabe a nós saber passar por cima delas; sim, foi difícil, chorei imenso, pois a Marta era o meu maior apoio, mas ela quis seguir aquele caminho; afinal, as coisas tiveram de acontecer daquela maneira, mas com o apoio de outras pessoas, a saudade, a tristeza, a falta, o sentimento acaba por adormecer apesar de, como é óbvio, não esquecer. Ela estará sempre na minha memória e no meu coração.
- Quando escrevias as carta, em que estavas a pensar?
- Boa pergunta Cláudia, ela era o meu diário, confidenciava-lhe toda a minha vida; a partir do momento em que já não tinha a sua presença física, tive de encontrar outra maneira de lhe contar tudo o que se passava, e às vezes sentia um calafrio, que sabia que era um sinal dela, sabia que era a minha estrelinha.
- Não te vou incomodar mais. Obrigada, a sério! Foi importante para mim essas respostas, mais uma vez obrigada.
Depois daquele super momento, enquanto estávamos a caminho de casa, eu e a minha batatinha (sim, foi o nome que dei a Cláudia há algum tempo, mas depois explico melhor a história) relembrámos cada pormenor passado ali. Após alguns minutos de reflexão, percebi o quanto ler pode ser engraçado, o facto daquele momento se ter passado, fez-me entender que existem certos aspetos da nossa vida que ao conhecermos histórias diferentes sejam verídicas ou não, nos podem ajudar a tomar certas decisões; percebi que se eu lesse, conseguia ter um leque mais elevado de palavras e saber como as utilizar.
Mas olhem, isto pensei eu para mim, porque se a Cláudia sabe que os livros me conquistaram, nunca mais me larga, por isso o que fica neste papel, não sai deste papel e, quanto a mim, “É tudo por agora”.



Ana Beatriz e Cláudia, 10ºC







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