quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Estação do Livro

Na sequência da informação prestada acerca de trabalhos de escrita criativa feitos pelos alunos, publicamos, hoje, o segundo texto, A SOLIDARIEDADE, de uma aluna do 9ºA.

A SOLIDARIEDADE

O Ser solidário. O Humano solidário. As acções desse Ser.

Porque é que existem pessoas solidárias? O que é ser solidário? Bem, todas as pessoas têm uma noção diferente de o que é “Ser solidário”. Para mim, ser-se solidário é a vontade de querer ajudar o próximo, a vontade incontrolável de fazer alguém feliz. A vontade incontrolável de dar um chupa a uma criança, para ela deixar de chorar, para rir. Mas será que ao fazê-lo não lhe estamos a transmitir uma ideia errada? A ideia de que pode ter tudo com uma simples lágrima? Não irá fazer com que a criança chore de propósito? Fique fria? Se torne manipuladora? Falsa? Estaremos a fazer o bem ou a contribuir para o mal?


Na realidade, naquele instante em que nos preparamos para adocicar a pequena boquinha das crianças existem milhões de pessoas no mundo a chorar por uma gota de água, por comida. É também de evidenciar que existem seres humanos tão esfomeados, tão necessitados de H2O que, simplesmente, não encontram quaisquer forças para lutar.
Mas claro, cada vez que o tema “solidariedade” é abordado, fala-se da fome no mundo!
É também de salientar que, por vezes, com um simples gesto estamos a ser solidários, quando nos disponibilizamos para dar um abraço a uma pessoa quando ela precisa, quando impedimos a violência sobre um animal, questionando os miúdos, por exemplo, sobre o porquê do seu ato cruel.
Ser solidário! Uma boa frase para começar o dia: “Hoje vou ser solidário”! É pena que as pessoas só se lembrem de este nobre ato no Natal, quando existem inúmeras campanhas nos centros comerciais. Mas, na minha opinião, nada é melhor do que vermos o nosso donativo ter utilidade, fazendo uma família feliz, nem que seja por apenas um dia; por outro lado, ser-se solidário não consiste apenas em dar dinheiro a instituições, mas também dar sorrisos.
As pessoas menos ocupadas, as mães que querem transmitir o exemplo de solidariedade aos seus filhos, deveriam demonstrá-lo praticando o ato e não apenas dizendo: O continente está a fazer uma campanha, vês filho? Isso é que é solidariedade!
No entanto, se querem mesmo dar um exemplo aos filhos, não devem limitar-se a dirigirem-se a uma caixa de multibanco! O melhor mesmo, é levarem-nos a um lar de idosos e deixá-los desfrutar do sorriso das pessoas que têm mais experiência de vida que qualquer um de nós!
Leitor, se é uma pessoa que não dá valor às coisas, à vida, bem, vá a um hospital, observe a dor das pessoas que morrem todos os dias com cancro, pessoas que têm como último desejo ver a família, receber um sorriso, ouvir o amor da sua vida a sussurrar-lhes uma única palavra: Amo-te e deixe-se contagiar pelos sentimentos, pela simplicidade, pela vontade de viver, sem nunca olhar a marcas de roupa ou a vernizes. Esqueça a sociedade elitista que permanece, com crise ou sem ela.
Dito isto, deparo-me com um problema social gigantesco: as roupas, as marcas, o estilo. As pessoas deixaram de se atrair pela sua beleza interior. Assim, a única coisa que importa é o estilo, o tipo de roupa que eu uso, e que ela usa, a cor dos seus olhos, o tamanho dos seus seios ou até mesmo a forma de pintar as unhas. A beleza interior, a paixão pela simplicidade, pelo puro, desapareceu.
Considerando os factos, resta-me dizer que todas as pessoas deviam ter uma experiência que lhes mudasse a vida, que lhes abrisse os olhos para outro mundo, um mundo mais real, mais genuíno, onde “ser solidário” não é uma obrigação, mas sim a presença de um sorriso na cara de alguém que desistiu de tudo, de alguém que perdeu tudo.

9ºA – Ana Luísa

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