A partir desta semana damos a conhecer poemas de poetisas brasileiras, iniciando com Adélia Prado de quem publicamos o poema “A SERENATA”
Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de Dezembro de 1935, mas os seus poemas só foram conhecidos a partir dos anos 70, quando Carlos Drummond de Andrade sugeriu a sua publicação, apelidando-os de “fenomenais”.
A SERENATA
Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
POEMAS DE FIM DE SEMANA
Publicada por
Biblioteca José Gustavo
à(s)
06:47
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