quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Escalão A

1º Prémio
                                                                  Um Conto de Natal

Era uma vez um menino de onze anos, chamado Diogo. A sua família era muito rica. Viviam numa grande cidade, onde havia grandes espaços de diversão, jardins e parques ao ar livre. Diogo era filho único e, tudo aquilo que ele pedia, os pais davam – lhe. O seu quarto era um paraíso de brinquedos. Apesar disso, o menino passava grande parte do seu tempo em frente da televisão, pois cansava – se rapidamente dos brinquedos e também queria ver todos os anúncios, na esperança de ver novos brinquedos que os pais lhe poderiam dar. Depressa se cansou da televisão e, agora era a internet que lhe despertava a atenção. “Sempre poderei ter acesso a mais novidades”, pensava ele…O tempo foi passando e aproximava – se o Natal. Diogo não sabia o que havia de pedir. Por mais anúncios que visse na televisão, por mais sítios que consultasse na internet, nada era novidade para ele.

Certo dia, o avô foi visitá – lo e encontrou – o no quarto, muito triste, a chorar.
- O que se passa, meu neto? Sentes – te doente? – perguntou o avô carinhosamente.
- Não, avô, não estou doente. Mas estou muito aborrecido, porque já não tenho nada para brincar – respondeu o menino.
- Como é possível dizer isso, com a quantidade de brinquedos que tens? Já olhaste bem à tua volta? – perguntou o avô, preocupado com a atitude do neto..
Mas Diogo insistia que nada lhe interessava, que queria qualquer coisa diferente. Então o avô falou – lhe das crianças que ao contrário dele nada tinham.
- E lembra – te que há muitos meninos que nem família têm. - disse o avô.
E saiu, deixando o menino pensativo…
Diogo, depois de muito reflectir nas palavras do seu avô, decidiu ir dar uma volta.
- Vou arejar as ideias - disse ele ao avô, antes de sair. Por favor avisa os meus pais que eu não demoro.
Percorreu algumas ruas, cruzando - se com muitas pessoas que passavam apressadas. Quando chegou ao parque, viu um grupo de crianças que brincavam. Riam, correndo uns atrás dos outros, jogando com uma bola de trapos. E, o que mais surpreendeu o rapaz foi a sua enorme alegria. Só então se apercebeu como estava a ser egoísta e compreendeu o que o avô lhe queria dizer. Correu para casa, onde encontrou os pais e o avô, conversando na sala.
- Ainda bem que já chegaste. Está na hora do jantar. Prepara - te para irmos para a mesa - disse a mãe.
Quando acabaram de jantar, Diogo foi ao quarto, onde pegou em vários brinquedos e levou - os para a sala.
- Tomei uma decisão - disse ele. - Vou oferecer estes brinquedos aos meninos que vi esta tarde a brincar no parque.
E, ajudado pelos pais e pelo avô, começou a embrulhar os brinquedos.
No dia seguinte, véspera de Natal, Diogo foi de novo até ao parque. Levava um saco cheio de presentes. Logo que se aproximou do parque, avistou de imediato o pequeno grupo que brincava alegremente à apanhada. Pousou o saco num banco e dirigindo - se aos rapazes, perguntou:
- Posso brincar com vocês?
Diogo nunca tinha pensado que correr e brincar ao ar livre pudesse ser tão divertido! Nem deu pelo passar do tempo. A certa altura, aquele que parecia ser o mais velho de grupo, disse:
- Malta, temos de ir para casa!
Foi então que Diogo, abrindo o saco, se dirigiu aos seus novos amigos.
- Feliz Natal - dizia Diogo, à medida que distribuía os presentes.
- Feliz Natal! - responderam eles, um a um, pegando, surpreendidos, nos pacotes brilhantes que Diogo lhes entregava.
Despediram - se e combinaram que passariam a brincar juntos mais vezes.
Diogo foi para casa apressado, pois a família já devia estar toda reunida para a ceia. Quando entrou na sala, todos repararam na felicidade estampada no seu rosto.
- Estou muito feliz por ti, meu neto. Como vês, não precisas de ter tudo para ser feliz…
- Obrigado, avô, por me teres ensinado que a amizade é mais importante do que todos os brinquedos do mundo e que devemos aceitar com alegria, as pequenas coisas que temos.- disse o menino, abraçando o avô. - Este foi o melhor presente de sempre.
Quando se foram deitar, os pais de Diogo comentaram:
- O nossos filho cresceu!
- Foi o melhor Natal de sempre.
E foi mesmo o melhor Natal, não só para esta família como para os novos amigos de Diogo.

Annie (Ana Sofia Silva)_ Agrupamento de Escolas de Gondifelos – V.N.Famalicão